O começo de tudo foi nos meus 3 anos. Comecei a ter muitas dores no lado esquerdo da barriga, ganhava febre frequentemente e parecia que, mesmo não fazendo esforço nenhum, ficava cansada rapidamente. Para além disso, tinha a tensão alta! Destes sintomas todos, os médicos descobriram que o meu rim esquerdo era multiquístico. Foi uma notícia devastadora para o meu pai! Em 29 de novembro de 2009, com quase 7 anos de idade, foi-me retirado o rim esquerdo por ser multiquístico, tendo sido a partir daí obrigada a ser vigiada regularmente e submetida a medicação permanente, o que ainda ocorre nos dias de hoje.
Passados alguns anos, no verão de 2014, já com 11 anos, o meu único rim começou a dar sinal de falhas, em que numa consulta a minha Doutora deu-me o alerta do pior: fui basicamente diagnosticada com IRC e iria começar a fazer diálise peritoneal. Desde desse verão fiz a diálise sempre com um sorriso na cara, com todas as minhas forças e dizendo para mim mesma: “Não vou desistir de nada”!
Tudo estava a correr às mil maravilhas, até que em março de 2016, também numa consulta, detetam uma infeção gravíssima, devido à diálise, chamada de peritonite. Deram-me muitos antibióticos e nada resultou. A única alternativa foi a intervenção cirúrgica, depois da qual não foi preciso fazer diálise, o que exigia uma maior cautela. Entrei, então, para lista de espera de transplantes, o que me deixou com enormes expectativas. Ou seja, como eu sou insuficiente renal sem estar a fazer diálise, foi um risco muito elevado, porque ou era chamada rapidamente para transplante, ou voltava a fazer diálise. Então, em maio de 2016, a sorte caiu sobre mim e fui chamada para ser transplantada. A cirurgia correu muito bem, fazendo já 1 anos e 6 meses de pós-transplante!
E hoje estou aqui para dizer e mostrar que nada é impossível, força de vontade e sempre um sorriso na cara é o essencial, pois todas as barreiras são ultrapassáveis!!