Tenho 23 anos e desde os 14 meses de idade que me foi diagnosticada Cistinose (Síndrome de Fanconi), que é uma doença que tem consequências ao nível dos rins, da visão, musculares, etc. Aos 4 anos de idade, como estava a ficar com os meus dois pés para dentro devido à doença, fiz uma osteotomia de variação de ambos os fémures. Apesar de estar tudo bem equilibrado e com a terapêutica adequada para a cistinose, a doença evoluiu para a Insuficiência Renal Crónica, pelo que, em janeiro de 2001, com 8 anos de idade, iniciei a diálise peritoneal. Nesse mesmo ano ainda estive com uma meningoencefalite vírica. Fiz o meu primeiro transplante depois de um ano e meio de diálise, em 2002, no Hospital Geral de Sto. António no Porto, mas infelizmente resultou numa rejeição após o 9º dia de transplante, pelo que o órgão transplantado teve de ser retirado.
Iniciei novamente a diálise peritoneal. Houve uma altura em que tive que mudar o cateter e que fiz hemodiálise. Após longos anos de espera, fui chamada pela segunda vez para ser transplantada, mas desta vez nos Hospitais Universitários de Coimbra (HUC) em 2009. Inicialmente tive algumas complicações. Em 2010 tive de ser operada ao apêndice e, nessa mesma semana, ao intestino devido a ter muitas peritonites quando estava a fazer os tratamentos e também por ter feito muitos anos de diálise peritoneal.
Mas, passados estes sustos iniciais, as coisas começaram a correr bem. Concluí o secundário, logo a seguir concorri para a universidade e, em 2012, entrei para a licenciatura de Organização e Gestão Empresariais. Desde setembro que estou a fazer Erasmus em Espanha, para ter uma nova experiência e conhecer novas pessoas e com diferentes culturas.