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Home Testemunhos Testemunhos em texto Filipa Serrão Canelas

Quando a APIR me lançou o desafio de escrever sobre mim, fiquei um pouco hesitante. Como resumir 46 anos numa folha A4? São tantas as histórias, tantos caminhos percorridos… Nasci em 1979, na cidade de Lisboa.

Ao longo dos primeiros meses vomitava imenso e fazia muita força, o que se atribuía a problemas intestinais e cólicas, pelo que se mudava muitas vezes a alimentação até se acertar num leite que eu não rejeitasse. Sem existência de ecografias ou exames complementares, o problema foi-se arrastando e alastrando até aos 9 meses, quando uma pielonefrite já estava instalada.

Após algumas intervenções cirúrgicas, optou-se por fazer uma ligação dos ureteres diretamente a um saco de urostomia bilateral, anulando assim o trabalho da bexiga e da uretra. Nessa altura estávamos por volta de 1981/82 e iniciámos tentativas de contactos com nefrologistas em Inglaterra que pretendessem arriscar a cirurgia pioneira de reimplantar os ureteres na bexiga e colocá-la a trabalhar novamente.

Urgia o tempo pois, como músculo que é, não pode parar. Conseguiu-se consulta em Londres com o Dr. Richard, seguindo inicialmente o meu pai em 1984 com todos os exames feitos e algumas cartas de recomendação do Dr. Mena Martins, que deu início a todo o processo desde a Estefânia.

Em maio de 1984 segui eu para a primeira consulta em Londres, regressando depois para a cirurgia em agosto, no Sick Children Hospital. Também nessa cirurgia foi retirado o rim direito, que já se encontrava totalmente danificado e parado. O esquerdo ainda funcionava, embora bastante debilitado. Foram muitas semanas naquele quarto do último andar.

Fizemos várias amizades com outras famílias ali “internadas” e até com uma família com origem portuguesa que ali trabalha, amizade essa que ainda hoje perdura. Quando comecei a poder sair da cama e a andar, pedimos emprestado um carrinho no hospital e percorremos toda a cidade. Hoje orgulho-me de reconhecer Londres como a minha segunda casa, porque foram vários anos de visita ao Dr. Richard e à sua equipa.

A vida assim se manteve até à “alta” do processo em Inglaterra, em 1989. Dali para a frente tudo se poderia desenvolver novamente em Portugal, pelo que por volta de 1990, e já com o rim  esquerdo totalmente debilitado, deu-se início à hemodiálise no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide.

Foram muitas as sessões complicadas, outras tanto mais fáceis, conjugadas com vida escolar, social e familiar, que nunca deixou de existir. A 10 de junho de 1993, pelas 6 da manhã, o telefone tocou. Era do Hospital Curry Cabral e havia um rim compatível para mim. Para alguém IRC, um transplante é sempre o objetivo principal.

Mas no fundo é também algo bastante assustador: Resultará? Durará? Mudamos realmente de vida? Largamos totalmente a máquina, a rotina de dia sim, dia não de 4 horas ali presos entre tubos e agulhas? Foi emocionalmente complicado de gerir, sobretudo porque ainda fiz uma sessão de hemodiálise nesse dia e pelas 18h estava a entrar no bloco.

Segundo a equipa médica, o rim começou a funcionar em mim antes sequer de suturarem tudo. Desde então tem sido uma vida quase. A medicação feita sempre a tempo e horas, as análises feitas na devida altura, algumas infeções com internamentos pelo meio…

Ainda durante a adolescência o meu único rim, o direito, também começou cada vez mais a falhar e por volta de 2006 foi totalmente retirado. Em 2008 voltamos ao bloco para retirar o resto do ureter que criava infeções de repetição. Durante os anos da infância, enquanto a bexiga ficou parada, perdeu muitas capacidades de expulsão e elasticidade.

Hoje é uma pequena fonte de problemas que não esvazia totalmente sozinha, precisando de ajuda de cateteres próprios duas vezes ao dia para que não acumule impurezas e se torne um ponto de entrada a infeções. Hoje, 32 anos passados do transplante, a função renal situa-se entre os 5 e os 10% de funcionamento, um rim único e com muita medicação.

Na semana em que escrevo estas linhas, de férias, implantei um acesso vascular artificial para que mais dia menos dia voltemos a hemodiálise. Há uma história infantil com um sapo que um dia decide escalar uma montanha. Todos lhe dizem que não é possível.

Os sapos vivem nos sapais, precisam de água e lodo. Mas o sapo parte e chega ao topo da montanha mesmo contra todas as vozes. Como? O sapo é surdo. Sempre que a vida me diz que não, eu digo sim. Faço-me de surda. De sapo. A IRC pode ter-me tirado muita coisa, mas também me deu.

O transplante permitiu que eu continuasse a minha vida “normal”, estudei sempre o que pretendia, terminei o curso de Comunicação Visual, especializei-me em Fotografia. Não contente, ainda me formei em Artes Gráficas, área onde trabalho até hoje. A Fotografia continuou na minha vida, este ano já fiz uma exposição e estou a estudar a próxima.

Casei com o meu melhor amigo. É aquela pessoa com quem já nem preciso de falar para saber se estou bem, não estou bem, o que preciso e o que estou a magicar fazer a seguir. Está lá, mesmo que eu queira escalar uma montanha às 3 da manhã.

Pedi-lhe o divórcio no dia em que soube que nunca poderia ter filhos. Éramos jovens e ele poderia seguir a vida dele normalmente. Não aceitou. Foi sapo, como eu. Adotámos uma criança em 2020, em plena pandemia. Hoje somos 3. Seguimos. Porque nesta condição de saúde aprendemos sempre muito cedo qual o sentido da vida. Em frente, claro. Sempre em frente. Como o sapo.

Filipa Serrão Canelas

2025

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