Faço diálise desde 19/01/2016. Comecei no Hospital de Castelo Branco onde estive internado, em Nefrologia, cerca de 4 meses, durante o ano de 2015. No final de janeiro de 2016 transferiram-me para a clínica NephroCare na Covilhã. Em boa hora!
Não pretendo, nem me compete, defender o serviço privado em detrimento do público. Quero sim que os serviços que dependem exclusivamente do Estado, reflitam sobre o assunto e talvez possam melhorar certas práticas que ainda subsistem.
Custou-me adaptar, tanto aos tratamentos, como à Clínica. Muitas vezes reclamei certas situações que achei que não eram corretas, como por exemplo alguns doentes iniciarem as sessões de diálise antes de mim, quando eu era o utente que se deslocava de mais longe (104 km). Aceitaram o meu argumento depois de algumas reclamações verbais.
Recordo-me que nessas ocasiões a Liliana (auxiliar de mão-cheia) me apelidava de Sr. Mau Feitio, claro que em tom brincalhão. À medida que fui interagindo com todos os funcionários da Clínica, certas arestas foram sendo polidas e hoje posso repetir: Em boa hora!
Contudo, estarei sempre atento ao bom funcionamento da Instituição e farei tudo o que estiver ao meu alcance para que todos os doentes se sintam o melhor possível.
Presto aqui uma pequena homenagem à equipa de auxiliares, de enfermagem e de três doutoras que melhor conheço por terem contactado mais comigo. A Clínica NephroCare da Covilhã pode agradecer aos deuses por ter duas equipas (uma de auxiliares e outra de enfermagem) excecionais.
Por exemplo: há dias, num pequeno acidente, sujaram-se de sangue, umas calças que eu trazia vestidas. Sem quês nem porquês, as ditas foram lavadas e passadas pelas auxiliares. Na hora da saída, depois do tratamento lá estavam “os pantalones” prontos a vestir. Há quem classifique isto como uma pequena ação, eu afirmo que foi um ato nobre.
As auxiliares são espetaculares: interagem saudavelmente com todos os utentes, riem-se, contam-se piadas, fala-se sobre a vida das pessoas no sentido de resolver pequenos problemas, como por exemplo ligar telemóveis, fazer marcações de chamadas, etc. Bem-hajam por serem aquilo que são e muitas felicidades para as vossas vidas, que merecem ser recompensadas de acordo com a qualidade do trabalho que executam. Um grande beijo para todas!!
A Dra. Catarina Piçarra (Assistente Social) é, na minha modesta opinião, uma funcionária que não falha. Agradecendo-lhe o cuidado com que manipula todo o tipo de papelada (credenciais, exames, etc.). Continue o bom trabalho, Dra. Catarina. Bem-haja!
Não percebo nada de Medicina, mas sei qual o papel da Enfermagem. Este está muito bem representado por toda a equipa de enfermeiros/as, sem qualquer exceção. Nunca vi um grupo como este, coeso, profissional. Como utente de há 2 anos e 4 meses, nunca assisti a qualquer discussão, desentendimento, fazer “ronha” em detrimento de outro colega, etc. Estão sempre disponíveis para atuar profissionalmente e também para criar empatia com os doentes (que bem que lhes faz à sua saúde mental!!). Este simpático grupo de enfermagem, quando em ação, fazem lembrar-me as abelhinhas em laboração nas suas colmeias.
Desejo a todos/as TUDO e NADA: tudo o que vos faça felizes e nada que vos faça sofrer.
Por terem contactado um pouco mais comigo, logicamente conheço-as um pouco melhor. Trata-se de duas médicas que por sinal que, por sinal, têm algo em comum: HUMANIDADE.
A Sra. Dra. Rita Aleixo é uma jovem médica que, à parte das suas competências técnicas, percebeu e atua como tal, que um doente não é uma coisa, não é só uma tensão arterial, não é só uma fístula, não é só uma dor de cabeça, etc., mas podendo ser tudo isto, é também um ser humano com outro tipo de problemas, como as contas lá de casa, o passar muitas vezes fome, as más relações conjugais, etc. A Sra. Dra. Rita, além de ter uma visão humanista da prática médica, é de uma entrega sincera. Além disso tem sempre um sorriso super simpático. Bem-haja por existir, Dra. Rita. Gosto imenso de si.
A Sra. Dra. Ana Mascarenhas não é uma médica como as outras. É uma atleta (alta competição?). Faz corridas entre o seu gabinete e os doentes para servir estes em tempo útil. Permita-me que a caracterize como uma senhora com genica para dar e vender. Disse-me, certo dia, que os seus doentes são os seus meninos. Não os consegue largar, esquecer. Vive para eles. A Sra. Dra. não é da minha família sanguínea, mas é a minha mãe hipocrática. Um beijo doce para si.
Augusto Cury, médico psiquiatra, diria: “Um médico é a soma de uma boa formação técnica com a capacidade/disponibilidade humanas para interagir com os seus doentes.”